E agora, Packers e Patriots?

   O post que estava programado para ser publicado hoje era sobre os prováveis próximos Hall of Famer de cada time da NFL. No entanto, a segunda-feira (24) foi agitada para dois wide receivers que merecem toda atenção, Jordy Nelson e Reggie Wayne. Contudo, o motivo pelo qual os dois chamaram a atenção não foi o mesmo, infelizmente; isso porque os “cabeças-de-queijo” receberam a notícia que seu melhor WR está fora de toda a temporada, enquanto os atuais campeões do Super Bowl contarão com o camisa #87 em 2015.

Veja mais sobre minha opinião e o que esperar desta perda e aquisição de cada uma destas duas franquias.

Cerca de 24 horas após a lesão, foi confirmado que Jordy Nelson rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho e ficará fora do time por toda a temporada. O fato acabou acontecendo em um lance que o jogador estava basicamente sozinho, na primeira campanha da segunda partida de GB nesta pré-temporada.

   No ano passado, Nelson foi um Top 5 wide receiver da Liga – e não julgue quem colocá-lo entre os três melhores do ano. A ausência de Jordy Nelson da próxima temporada, releva três pontos importantes que devem ser destacados neste momento. 1) Como o Green Bay Packers ficará; 2) Como será a volta de JN#87; e 3) As partidas de pré-temporada na NFL.

    Mais cedo, no twitter do Shotgun, opinei brevemente sobre a contusão de J. Nelson (Pro Bowler em 2014) e o que isso significa para Aaron Rodgers de maneira geral.

   Agora, é hora de aprofundar um pouco mais o que fora abordado nos tweets. Em 2014, Jordy Nelson teve 98 recepções (sétima melhor marca da Liga), 1.519 jardas (quarto melhor) e 13 TDs (segundo melhor). O ataque comandado por Rodgers no ano passado foi espetacular, um dos melhores da NFL e que deveria ter chegado ao Super Bowl. Ou seja, Nelson foi o melhor wide receiver de um dos melhores sistemas ofensivos de toda a Liga.

   Em companhia a Jordy N., os Packers tiveram Randall Cobb, que foi importantíssimo para a franquia no ano passado, com 91 rec.; 1.287 yds. e 12 TDs. Contudo, uma pergunta deve ser feita: Cobb conseguirá ser o principal recebedor de Green Bay? Isto inclui as estatísticas, segurança nas recepções e impacto na defesa adversária. Tenha em mente que existe uma grande diferença entre ter ótimos números como primeiro e segundo WRs.

   Estou  esperando um grande impacto negativo para os Packs com a lesão de Nelson. Confio em Rodgers e – em partes- em Cobb para sua “nova” função, vejo esta dupla recebendo grande auxílio de Eddie Lacy e terminando 2015 com boa quantidade de vitórias. A questão é que o Green Bay Packers era apontado como um dos dois ou três favoritos a representar a NFC no Super Bowl L, em San Francisco; agora, sem o segundo melhor jogador deste ataque, não sei se é correto manter a equipe no topo. Já imaginou o Dallas Cowboys sem sua linha ofensiva ou Dez Bryant? E que tal os Seahawks sem Cam Chancellor ou Earl Thomas na defesa? Na teoria, esses são os mesmos pensamentos que ter os Packers sem Jordy Nelson.

   Com tais desfalques utópicos, Cowboys e Hawks venceriam suas divisões? É possível – até provável – que sim, principalmente no segundo caso. Esta é a mesma situação que estou prevendo para Green Bay agora – a equipe competirá duro contra o bom Detroit Lions pelo título da divisão norte da NFC. Contudo, quando chegar janeiro, jogadores importantes fazem ainda mais falta quando não estão em campo, e então passo a ter maiores dúvidas em relação aos Packers.

   Rapidamente, R. Cobb será escalado como principal wide receiver do time e Davante Adams (38 recp.; 446 yds. e três TDs em 2014) deve subir um posição na escalação e assumir a segunda vaga de WR. Quem também deve aparecer um pouco mais agora é Ty Montgomery, terceira escolha dos Packs no draft 2015, que deve ser o terceiro receiver do elenco.

   Continuando com os outros pontos citados. A volta de Nelson deve ser analisada bem detalhadamente. Isso porque, apesar de que normalmente bons jogadores retornam bem de lesões, é sempre bom lembrar que este atleta em questão terá 31 anos na próxima temporada e já teve um passado de lesões (perdeu três partidas em 2009 e quatro em 2012). Por via de dúvidas, o contrato de Jordy com os Packers vai até 2018.

   O terceiro ponto é sobre uma questão que vem ganhando espaço a cada ano na National Football League, que são os jogos de pré-temporada. Recentemente, dois jogadores importantíssimos à suas respectivas franquias, Nelson e Kelvin Benjamin (Panthers), sofreram lesões que colocaram os dois atletas fora de todos os jogos do ano. Muitos irão dizer que Benjamin se lesionou durante os treinos e J. N. estava sozinho na jogada em que torceu o joelho, no entanto, o incômodo aqui é encontrado na tentativa de equilibrar a intensidade e exposição dos jogadores nas quatro partidas de pré-temporada e o que cada um desses confrontos vale para cada um deles. Não faz muito sentido.

Reggie Wayne

   Um outro camisa #87 que apareceu na tarde de ontem (24), foi o veterano wide receiver Reggie Wayne, o qual assinou contrato com o New England Patriots por uma temporada (receberá aproximadamente US$ 3 milhões). Wayne fez história no Indianapolis Colts de 2001 a 2014, período em que venceu um Super Bowl, foi a seis Pro Bowls e alcançou as marcas de 1.070 recepções, 14.345 jardas e 82 touchdowns.

   Antes de tudo, queria deixar claro uma coisa. Os torcedores dos Colts não têm razões para julgar R. Wayne pelo fato dele ter ido para o NE Pats. Imagino que alguns fãs tenham ficado chateados em não ter o recebedor mais em Indy, mas foi a própria franquia que dispensou o atleta em março deste ano. Sobre ele ir para um rival de Indianapolis, é algo que está se tornando cada vez mais comum no mundo dos esportes. Atualmente, o esporte está funcionando como uma grande mercado, quem pagar mais, leva.

   Como dito, concordo com os torcedores do Indianapolis Colts que acharam ruim não ter mais Wayne em seu elenco, gosto muito desse jogador. Complementando isso, digo aos fãs dos Patriots para ficarem – pelo menos – um pouco mais confiantes, R. Wayne pode dar muito certo em Boston. Quando digo dar certo, não pressuponho uma temporada com 90/+ recepções, 1.100/+ jardas e 10 touchdowns; o ex-camisa #87 os Colts poderá ter uma função crucial no ataque dos Pats, talvez até mais tática do que ativamente.

    A aquisição de Reggie também se torna facilmente compreensível quando lembramos de dois fatores: Bill Belichick e os atuais WRs de New England. Belichick, desde os tempos em que RW#87 defendia as cores azul e branco, declarou que admirava o jogador e que via uma excelente combinação de inteligência e técnica no atleta. Se juntarmos isso, com o fato de que alguns dos principais wide receivers do time da Nova Inglaterra estão sofrendo com lesões, fica mais claro entender porque os Pats foram atrás do experiente jogador.

   Além do que foi dito no parágrafo anterior, ao longo dos anos, Wayne demonstrou uma ótima habilidade nas rotas e em abrir espaço para recepções. Ademais, é uma importante arma atuando no Slot e peça de segurança em terceiras descidas. Se Tom Brady conseguir entrar sintonia com este jogador, o New England Patriots terá mais um bom leque de opções a serem explorados em diversas situações das partidas.

   Apesar de tudo, não encare a chega de Wayne como uma contratação perfeita; o jogador terminou o ano passado com uma lesão no tríceps e recebeu apenas 30 passes nos últimos 12 jogos do ano (incluindo playoffs). Inda, é importante ressaltar que ele fará 37 anos em novembro e, até hoje, apenas em dez temporadas na história da NFL um jogador teve 50/+ recepções aos trinta e sete anos ou mais, sendo que metade dessas temporadas pertencem à Jerry Rice.

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