Peyton Manning ou Andrew Luck? A decisão foi correta?

No dia 07 de março de 2012, o Indianapolis Colts anunciou que Peyton Manning não seria mais jogador da equipe. Um ano mais cedo, Manning havia perdido todos os jogos da temporada devido à uma cirurgia no pescoço; tal fato resultou em uma temporada pífia dos Colts, com apenas duas vitórias em 16 ocasiões. Sendo assim, a franquia terminou com a pior campanha de toda a NFL e recebeu a primeira escolha do draft do ano seguinte. E naquela classe, de longe, o jogador mais badalado era o quarterback Andrew Luck, que vinha de Stanfford.

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Recapitulando, os Colts tinham grandes incertezas quanto à forma de seu QB, o qual é o maior da história do time e um dos grandes da Liga; junto com isso, tinham em mãos uma escolha de 1ª primeira com um prospecto fenomenal a disposição. Sobre esse, no college football, passou para 9.430 jardas, 82 TDs e 22 INT em três temporadas. Nada mal.

É importante ressaltar que não era apenas Manning que estava sendo considerado “ultrapassado”, vários jogados de Indy eram veteraníssimos por lá. Joseph Addai, Reggie Wayne, Dallas Clark, Jeff Saturday, Ryan Diem, Robert Mathis, Dwight Freeney, Gary Brackett, Antoine Bethea… Todos esses atletas já haviam aparecido na National Football League antes da temporada 2012, isso significa que não era uma questão apenas de “trocar” de lançador, os Colts deveriam estar dispostos a uma renovação, que não acontecia desde o começo dos anos 2000, quando a grande maioria desses jogadores citados entrou no time.

Para muitos, pode parecer óbvio afirmar que Jim Irsay – proprietário do Indianapolis Colts – acertou em renovar, se for analisado como A. Luck vem jogando atualmente e o quanto ainda pode evoluir. No entanto, aos já decididos, não deixem de reverenciar Irsay, por favor. Pense na situação que ele enfrentou. Ele não só estava decidindo o futuro de uma das maiores franquias de todos os tempos, como também teria que dispensar o maior QB da história dos Colts, que garantiu um novo Super Bowl à cidade, algo que não acontecia desde 1969.

manning x luck

Pois bem, a decisão foi feita. Jornalistas, torcedores e rivais dividiam opiniões sobre a definição do futuro de Indy. Para alguns, Manning, mesmo após sua 4ª lesão no pescoço, tinha “gasolina no tanque” e poderia continuar liderando seu time à temporadas vitoriosas. Outros, por outro lado, não acreditaram tanto no camisa #18, e enxergavam em Luck um “novo Peyton”, o qual levaria uma nova era à franquia.

Poucas pessoas vão discordar da frase: “Andrew Luck é o melhor quarterback prospecto desde Peyton Manning, em 1998”. Mas, como mostramos as estatísticas de Luck no segundo parágrafo, atenção para o que Manning fez em Indianapolis: 54.828 jardas, 399 touchdowns, 141 vitórias – tudo isso sem incluir playoffs.

Ao ler o parágrafo anterior, você pode pensar: “Ah, o passado dele era realmente excelente, mas o que valia na época era o futuro, e Luck era o cara para isso.” Sim, em partes era isso mesmo, Andrew era o jogador correto para qualquer franquia que quisesse apostar em um futuro próspero. No entanto, o erro neste caso talvez tenha sido em não confiar em o que Peyton ainda poderia produzir.

Comparando os números do #18 e #12 desde 2012, quando o último estreou profissionalmente. Nestas quatro temporadas, Manning passou para 14.863 yds., 131 TDs, obteve 38 triunfos e chegou em um Grande Jogo. Luck, neste mesmo período, lançou 12.957 jardas, 86 touchdowns e venceu 33 jogos, tendo alcançado os playoffs desde seu ano de calouro. Os números do atual QB dos Colts são bons? Muito. Mas o que dizer então das estatísticas conquistadas por P. M.?

manning mannin

Se alguém me perguntar se eu teria tomado a mesma decisão que Jim Irsay, a resposta seria “mais ou menos”. Eu teria draftado Luck? Não. Mas e a renovação? Ela seria feita. Em uma restruturação, é importante manter uma base, alguém com experiência. Irsay fez isso, manteve R. Wayne (até 2014), R. Mathis… Eu também manteria alguns veteranos, um deles seria Manning. Meu principal argumento na época – por mais que não seja tão convincente – seria o que o camisa #18 já tinha feito e como ele era crucial ao time. Atualmente, justificaria minha escolha com a evolução das temporadas desse QB desde que foi ao Colorado. Vamos lá.

Em treze temporadas jogadas no Indianapolis Colts, Peyton Williams Manning teve um recorde de 49 passes para TD (2004), um ano de 4.700 jardas passadas, dois na casa das 4.500 jardas e 11 com 10/+ vitórias. Em Denver, desde 2012, teve média de 4.954 jardas por temporada – incluindo as 5.477 passadas em 2013, marca que é um recorde da história da Liga. Em passes de touchdown, respectivamente, obteve 37, 55 e 39. Números que são três dos quatro maiores de sua carreira neste quesito, sem falar que o segundo valor citado é também um recorde histórico. Pouquíssimos – talvez nenhum – quarterback (s) tiveram um ano tão bom quanto P. Manning em 2013.

Justiça seja feita, nem mesmo Irsay imaginou – ao estar decidido em 2012 – que os Colts voltariam como um dos melhores times da NFL em tão pouco tempo. O que mais me impressiona em A. Luck é como ele se adaptou ao jogo. Quem acompanha suas partidas regularmente sabe, muitas vezes, parece que ele está na Liga há uns dez anos.

luck luck

Elaborando uma nova pergunta: “Entre Manning e Luck, qual teria mais sucesso com o elenco que os Colts tiveram nos últimos quatro anos?”. Manning. Isso mesmo, Manning. Andrew Luck venceu, em cada temporada, 11 partidas; ótimo número. Contudo, como todos sabem, Peyton teria feito o mesmo, muito provavelmente. Na pós-temporada, por mais que P. Manning tenha números – muito – medianos, tenho convicção que ele  teria mais chances que Luck nas partidas em que esse saiu derrotado. Como maior exemplo, temos a final da AFC de 2014. Com Manning ou sem ele, os Patriots teriam vencido aquele jogo; entretanto, para um jogo tão importante quanto aquele, era mais seguro (ou menos inseguro) apostar no jogador mais experiente e consagrado. Peyton teria uma chance de vitória maior naquela partida do que Luck!

Ah, um detalhe que deve ser repassado: estou defendendo o lado que coloca P. M. com melhores chances de levar os Colts adiante entre 2012 e 2014 do que A. L., tendo como base o que Peyton fez e como Andrew falhou neste período, e não criando situações hipotéticas.

Andrew Luck conseguiu algo que nem mesmo Manning atingiu, ir aos playoffs nos  três primeiros anos de profissional. Aliás, nas quatro primeiras temporadas do #18 em Indy, ele chegou à pós-temporada duas vezes. Como falado, desde 2012, o #12 esteve lá e, em 2014, tudo indica que ele comparecerá ao seu 4º mata-mata em quatro anos.

Entendo totalmente a determinação de Jim Irsay; teria feito diferente, mas não é tão difícil entender o porquê ele fez isso. Certou ou errado, todos ficamos surpresos com o rendimento espetacular que Peyton Manning teve com os Broncos; de modo geral, o mesmo pode ser dito sobre Andrew Luck com os Colts. Para 2015, Irsay pode confirmar ainda mais sua escolha e “acabar” com esse texto, já que Indy chega como um dos favoritos e Denver repleto de incertezas, especialmente na posição de quarterback. Além deste fato, J. Irsay e os fãs de Indy podem ter outro motivo para estarem confiantes; as campanhas recentes de Indianapolis induzem à isto:

  • 2012 – eliminação nos playoffs na rodada Wild Card;
  • 2013 – eliminação nos playoffs na rodada Divisional;
  • 2014 – eliminação nos playoffs na Final de Conferência;
  • 2015 – ?

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